Pesquisa estabelece controle biológico para percevejo-bronzeado

O percevejo-bronzeado (Thaumastocoris peregrinus) é a principal praga exótica do eucalipto. Esse percevejo é de origem australiana, mas está presente em todo o território brasileiro, causando problemas especialmente nos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Os plantios afetados podem apresentar sintomas de prateamento, amarelecimento ou bronzeamento das folhas, seguidos de desfolhamento total das árvores, que, além de aumentar o risco de incêndios florestais, pode matar as árvores.

Mas agora, o Brasil conta com uma forma de controle biológico para essa praga. Depois de oito anos de pesquisa, o parasitoide Clerucoides noackae foi escolhido como agente para uso em controle biológico clássico. Esse tipo de controle utiliza inimigos naturais da mesma região de origem da praga, como é o caso da vespa de aproximadamente 0,5 mm de comprimento, oferecendo baixo risco ambiental.

O maior desafio da pesquisa foi multiplicar o percevejo em laboratório, pois o parasitoide precisa de seus ovos para se reproduzir. O parasitoide C. noackae se desenvolve dentro do ovo do percevejo, desde o estágio inicial até o adulto, alimentando-se de seu conteúdo. Possui ciclo de 15 a 17 dias e, logo após a emergência do inseto, as fêmeas são copuladas e saem em busca de novos ovos de percevejo-bronzeado para depositar os seus ovos.

A inexistência de técnicas para a criação da praga em laboratório fez com que os pesquisadores realizassem diversos testes sobre a melhor forma de criar a praga durante três anos.

- "Conduzimos estudos sobre bioecologia do percevejo, avaliando o efeito de diferentes espécies de eucaliptos e temperaturas no desenvolvimento da praga. Na metodologia proposta, os percevejos são mantidos em laboratório em temperatura e umidade controladas, e alimentados com ramos de eucalipto arranjados em forma de buquê preso em frasco com água. Os ovos de T. peregrinus são obtidos em tiras de papel, toalhas colocadas sobre os buquês de eucalipto e posteriormente utilizadas para criação de C. noackae" - explica Leonardo Barbosa, pesquisador da Embrapa Florestas e responsável pela pesquisa.  

Além do trabalho no laboratório, os produtores também são incentivados a monitorar a presença do percevejo-bronzeado em suas plantações, como forma de tentar identificar sua presença antes que os danos se tornem mais severos. O monitoramento da praga é feito com armadilhas adesivas amarelas colocadas no tronco de árvores, que devem ser retiradas aproximadamente 30 dias após a identificação da praga.

O coordenador do Programa Cooperativo sobre Proteção Florestal (Protef), Luís Renato Junqueira, conta que desenvolver e aperfeiçoar o programa de controle biológico para a praga do eucalipto foi um desafio:

- "No cenário atual, o Brasil se destaca como benchmarking para o controle biológico dessa praga frente a outros países com importante representatividade florestal, como África do Sul, Argentina, Uruguai, Portugal e Espanha. Esse importante feito é resultado da integração entre universidades, centros de pesquisa e empresas florestais brasileiras, que dedicaram tempo, esforços e recursos".

Aprenda na prática técnicas de combate a pragas na cultura o eucalipto. Confira.

Fonte: Painel Florestal

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